Servidora da CGE alerta para riscos envolvendo dados pessoais em entrevista a podcast

Raquel Nunes, gestora governamental e coordenadora de proteção de dados pessoais da Secretaria da Controladoria Geral do Estado de Pernambuco (SCGE), participou recentemente do PogCast, podcast do Instituto de Gestão de Pernambuco, sobre a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e trouxe esclarecimentos importantes sobre como empresas e o governo utilizam as informações que coletamos, muitas vezes, sem sabermos. A conversa contou também com a participação de Carolina Sousa, Gestora Governamental da Seplag.

Segundo Raquel, “hoje em dia, cada vez mais, a gente deixa nossas ‘pegadas digitais’ por aí”, seja nos sites que acessamos, em farmácias que pedem nosso CPF ou em academias que utilizam biometria. A gente se pergunta o que é que estão fazendo com esses dados, né? E a gente não sabe! Não há transparência e, mais importante ainda, não há garantia de que esses dados estão seguros”.

Raquel explica que o governo pode coletar dados para executar políticas públicas, como o programa Mães de Pernambuco, ou para cumprir obrigações legais, como as agências reguladoras que precisam fiscalizar empresas. “A LGPD não proíbe a coleta de dados. Ela dá as hipóteses e você tem a obrigação legal de fazer aquilo”, esclarece.

No entanto, a especialista fez um alerta importante: “Nós somos o elo vulnerável. Nós não temos muitas opções. Às vezes, a gente não tem o que fazer”. Ela cita o exemplo do escândalo do Facebook e da Cambridge Analytica, que coletou dados de usuários para influenciar eleições. “Isso mostrou a fragilidade que a gente tem, como a gente pode ser manipulado”, afirma Raquel.

Para proteger seus dados, a gestora dá algumas dicas importantes:

  • Conscientize-se: entenda seus direitos e como seus dados podem ser utilizados.
  • Fortaleça sua segurança: utilize senhas fortes e cuidado com links maliciosos.
  • Denuncie abusos: utilize os canais da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) ou da ouvidoria do seu estado para denunciar empresas ou órgãos públicos que estejam utilizando seus dados de forma indevida.

Raquel finaliza parafraseando Mário Sérgio Cortela: “Nem tudo que eu quero, eu posso; nem tudo que eu posso, eu devo; e nem tudo que eu devo, eu quero”. A especialista nos convida a refletir sobre o que podemos, devemos e queremos fazer com nossos dados pessoais, para que possamos usá-los de forma consciente e segura.

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